O Sudário de Turim
O sudário é um pano de linho com 4,42 metros de comprimento e 1,13 metros de largura que teria sido utilizado para envolver o corpo de Jesus Cristo após a sua crucificação.
Segundo o Evangelho, José de Arimateia depôs o corpo de Jesus no sepulcro depois de tê-lo envolvido num lençol.
O primeiro registro histórico do sudário é de 1354, quando foi entregue a uma igreja na cidade francesa de Lirey pelo conde Godofredo de Charny.
Em 1535, três anos depois de ter escapado de um incêndio na capela de Chambéry, foi transferido para a catedral de Turim.
Em 1898, com o propósito da comemoração dos 400 anos da catedral de Turim e dos 50 anos da constituição Estatuto Albertino, foi organizada uma documentação fotográfica para promover a exposição das imagens do sudário. O fotógrafo escolhido foi Secondo Pia que tirou as fotos ainda hoje conhecidas do sudário e viveu um momento de intensa emoção quando viu formar-se no negativo fotográfico a figura de um homem.Os traços impressos sobre o sudário são de quatro tipos:
- sinais de carbonização da tela: o lençol, além de pequenos furos de origem incerta, apresenta duas linhas paralelas longitudinais mais escuras com 29 buracos triangulares causados por uma gota de metal fundido da urna onde estava guardado o lençol dobrado durante o incêndio na capela de Chambéry em 1532;
- manchas de água escorrida: vestígios circulares deixados pela água usada para apagar o incêndio de 1532;
- imagem em claro-escuro de uma figura humana de estatura superior a um metro e setenta: no meio da tela é visível a impressão dorsal e frontal do cadáver de um homem. A imagem é bem realista devido ao efeito da coloração que varia em relação ao relevo do corpo envolvido: é mais intensa nas partes salientes como a testa, o nariz, o queixo e o peito e menos evidente nas outras partes;
- manchas de sangue: em alguns pontos como testa, nuca, pulsos, pés e do lado direito, as manchas são diferentes daquelas do resto do corpo.
No santo sudário é possível ver as linhas de carbonização, os halos produzidos pela água, a ferida de prego no pulso esquerdo, a ferida no lado direito, o rosto, o sangue escoando pela testa e pela nuca, alguns sinais de golpes de chicote, os buracos produzidos pelo incêndio de 1532 e a planta do pé direito.
No entanto, apesar de o sudário ser venerado pela igreja católica, a autenticidade da peça tem sido alvo de inúmeras polêmicas.Em 1973, o Vaticano liberou o sudário pela primeira vez para análises científicas e os resultados foram contraditórios:
- o criminologista suíço Max Frei afirma que o tecido apresenta vestígios de pólen de plantas que existiam na Palestina no início da era Cristã;
- em 1988, um consórcio de três laboratórios concluiu, com base no método de datação do carbono-14, que o tecido teria sido fabricado entre os anos de 1260 e 1390. Todavia, vários estudos indicam que o exame pode ter sido realizado de maneira inadequada;
- em 1994, os químicos russos Dmitri Kouznetsov e Andrei Ivanov mostraram que o forte calor ao qual a peça foi submetida durante o incêndio de 1532 pode ter fornecido pistas falsas: o carbono gerado pelas queimas poderia ter se incorporado ao tecido, alterando o resultado do teste;
- em 1995, foi descoberta uma espécie de verniz produzido naturalmente pelos fungos e bactérias do sudário, material que, de acordo com os microbiologistas Leoncio Garza-Valdés e Stephen Mattingly, também poderia ter afetado a datação pelo carbono-14;
- ainda na década de 90, o químico Alan Adler demonstrou que, além dos vestígios de sangue, o tecido estaria impregnado de substâncias liberadas pelo organismo em situações de estresse, fortalecendo a tese de que o sudário teria sido realmente a mortalha de Cristo;
- no começo deste século, o químico Raymond Rogers da Universidade da Califórnia afirmou que os testes de 1988 usaram amostras inadequadas e que o método de confecção do sudário indica que ele foi feito muito antes do século XIII.
E a igreja? O Vaticano não emite opinião acerca da autenticidade do sudário. Afinal, não cabe à igreja, mas à ciência descobrir se a peça é autêntica ou não.
Em que igreja de Turim está o sudário?
O sudário está guardado numa urna de alumínio na capela do sudário (cappella della sindone) dentro da catedral de Turim, a igreja de São João Batista. O sudário não está à mostra.Na igreja São Lorenzo está exposta uma cópia do sudário.
A entrada nas igrejas é gratuita.
2 Responses
[…] é a cidade mais verde da Itália. É a cidade dos universitários, dos grandes museus, do santo sudário, do rio Pó, da Fiat, da gianduia, do bicerin e fica a menos de 150 quilômetros de Milão. É a […]
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