5 Obras-primas que você tem que conferir em Milão
Milão é a cidade da moda, do design, das indústrias, dos negócios, é uma metrópole em constante movimento e renovação, mas sem deixar de lado os símbolos da sua história e dos seus ilustres habitantes.
Entre história e arte, estas, na minha opinião, são as 5 obras-primas que você não pode deixar de conferir em Milão:
A última ceia de Leonardo da Vinci
O complexo arquitetônico de Santa Maria delle Grazie abriga, numa das paredes do antigo refeitório do convento, uma obra-prima única no mundo: A última ceia, pintada por Leonardo da Vinci entre os anos de 1495 e 1497, que deu início a uma nova era na história da arte.
A última ceia de Da Vinci representa o momento imediatamente após Cristo anunciar que será traído por um dos apóstolos.
Na pintura, Jesus está no meio dos apóstolos, que estão divididos em quatro grupos de três pessoas, com movimentos e reações diversas.
Além de retratar magnificamente as expressões dos apóstolos, a genialidade de Leonardo pode ser vista no emprego da luz e da perspectiva.
Pietà Rondanini de Michelangelo Buonarroti
A Pietà Rondanini foi o último trabalho de Michelangelo, um dos mais emocionantes realizados pelo artista, na época octogenário, que seria colocado na sua sepultura.
A escultura representa a cena da deposição da cruz, com Jesus sendo amparado pela mãe numa posição vertical insólita.
Como a obra não foi finalizada, é possível ver outros esboços feitos por Michelangelo no mármore: um braço esquerdo de Jesus e um perfil com um olho, uma sobrancelha e o começo de um nariz no lado direito do véu de Maria.
O beijo de Francesco Hayez
A tela é pequena (112 x 88 cm), mas ilustra com emoção o intenso e apaixonado beijo de um jovem casal de namorados vestidos com trajes medievais.
A ambientação reduz-se a um fundo arquitetônico que mostra um muro de pedra com uma passagem à esquerda e alguns degraus à direita. A sombra do casal projetada no pavimento aliada àquela fugaz da passagem no fundo dão um toque enigmático à cena, uma possível partida clandestina, tendo em vista também o pé do rapaz apoiado no primeiro degrau.
A mensagem de Hayez é, no entanto, política e está relacionada com o pacto de Plombières: aliança feita entre a França e o Reino da Sardenha em 1858 com o objetivo de libertar a Itália do domínio austríaco.
Além do beijo apaixonado dos namorados, destacam-se as cores da bandeira da Itália e da França – vermelho e verde do homem e azul e branco da mulher -, que fazem alusão a um evento político de fundamental importância no processo de unificação da Itália.
A duplicidade do amor, pela pessoa e pela pátria, subtendida na obra é a chave de leitura da obra de Hayez, que devido à grande notoriedade obtida no decorrer dos anos, acabou perdendo o significado político e ganhando uma interpretação apenas romântica.
O casamento da Virgem de Rafael Sanzio
O Casamento da Virgem (Sposalizio della Vergine), datado de 1504, é um dos trabalhos mais importantes da época do jovem Rafael Sanzio.
A obra, encomendada pela família Albizzini e proveniente da capela Albizzini da igreja de São Francisco da cidade de Castelo, foi inspirada no Casamento da Virgem da catedral de Perúgia que estava sendo pintada por Perugino.
Rafael utiliza uma série de proporções geométricas baseadas no semicírculo das figuras e na estrutura piramidal, inserindo personagens que assumem poses e movimentos naturais numa grade compositiva rigorosamente simétrica.
Lamentação sobre o Cristo morto de Andrea Mantegna
A lamentação sobre o Cristo morto é uma das pinturas mais bonitas e mais famosas da pinacoteca de Brera e retrata o corpo morto de Jesus deitado sobre a Pedra da Unção.
A representação inovadora do corpo de Cristo no sepulcro é um caso único na pintura renascentista: os pés de Jesus em primeiro plano mostram, de maneira evidente, as chagas devido à crucificação.
O corpo de Jesus, coberto de unguento, jaz sobre a Pedra da Unção, na qual foi deposto da cruz.
À esquerda do corpo, foram representados Nossa Senhora, estranhamente muito mais velha, São João e uma terceira pessoa que poderia ser Maria Madalena.